MVP significa Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável.
É a versão mais simples e funcional de um produto, criada para testar uma hipótese de negócio com o menor investimento possível.
Em vez de gastar meses (ou anos) construindo algo completo, você desenvolve uma versão mínima, coloca no mercado e observa:
As pessoas realmente precisam disso?
Elas pagariam por isso?
Há engajamento suficiente para evoluir o produto?
A solução resolve o problema de verdade?
Essa abordagem permite aprender com o usuário antes de investir pesado, reduzindo falhas e acelerando descobertas.
O conceito foi popularizado por Eric Ries, autor de The Lean Startup, e tem base no pensamento enxuto (Lean Thinking). A ideia central é: pare de construir no escuro e comece a validar no mundo real.
Para Ries, um MVP deve:
Gerar aprendizado real sobre o usuário.
Ser rápido e barato de construir.
Reduzir incertezas de mercado.
Incentivar ciclos curtos de teste e melhoria.
Imagine investir meses criando um app completo, cheio de funcionalidades.
Quando lança… ninguém usa. A dor não era real. A solução não fazia sentido. A comunicação não estava clara.
O MVP evita isso.
Ele permite que você:
Descobre se existe demanda real.
O produto resolve uma dor importante? O público percebe valor?
Sem desperdício de funcionalidades que ninguém vai usar.
Mais aprendizado, menos achismo.
Tempo, dinheiro, equipe e energia são direcionados de forma inteligente.
Existem muitos formatos de MVP, e cada um atende a um estágio ou necessidade diferente do projeto. Aqui estão os mais utilizados:
Você entrega o serviço manualmente, sem tecnologia.
É a forma mais simples de testar se as pessoas querem sua solução.
Exemplo:
Antes de desenvolver uma plataforma de personal trainer online, você atende manualmente via WhatsApp, cria treinos no Excel e avalia a demanda.
O usuário acredita estar usando um sistema automatizado, mas tudo é feito nos bastidores por pessoas.
É o “mágico da cortina” — o cliente vê tecnologia, mas você ainda não a construiu.
Exemplo:
O Zappos começou assim: o fundador tirava fotos de sapatos em lojas, colocava online e, quando vendia, ia pessoalmente comprar e enviar.
Crie uma página simples explicando o produto e medindo interesse:
Cliques
Cadastros
Lista de espera
Pré-vendas
Exemplo:
O Dropbox validou sua demanda com um vídeo e uma landing page antes de desenvolver o software completo.
Uma versão simplificada do produto, com poucas funções, só o suficiente para demonstrar valor.
Exemplo:
Primeiras versões do Nubank, que ofereciam apenas o cartão e o controle básico do aplicativo.
Quando é difícil explicar a funcionalidade, um vídeo demonstra como o produto funciona.
Exemplo:
O Dropbox viralizou seu vídeo MVP, comprovando que as pessoas queriam a solução.
Telinhas clicáveis, protótipos no Figma, wireframes e demonstrações de interface.
Funcionam bem para:
aplicativos
plataformas
softwares B2B
É quando você lança apenas a função essencial, aquela que entrega o core value.
Exemplo:
O Uber começou com uma única função: chamar um carro via aplicativo.
Sem categorias, sem meios de pagamento múltiplos, sem inovações extras.
Começou alugando um colchão inflável na sala dos fundadores. O objetivo era validar se pessoas pagariam para dormir na casa de desconhecidos.
Dropbox
Mostrou apenas um vídeo explicando como o software funcionaria. Validou milhares de interessados antes de criar qualquer tecnologia.
Uber
A primeira versão era simples, atendendo apenas San Francisco com carros pretos premium.
Nubank
Começou com lista de espera e um cartão de crédito sem anuidade. Só depois expandiu para conta, investimentos, empréstimos e mais.
Pergunte-se: qual dor esse produto resolve?
Quanto maior a urgência da dor, maior a chance de adoção.
2. Defina a proposta de valor
O que faz seu produto ser diferente?
Por que alguém escolheria sua solução?
3. Escolha o tipo de MVP
é serviço manual?
é vídeo?
é landing page?
é protótipo funcional?
Use o formato mais rápido e barato que permita testes reais.
4. Construa o mínimo necessário
Não adicione funções que não sejam essenciais para validar a hipótese principal.
5. Teste com usuários reais
Mostre para pessoas do seu público, colete impressões e observe comportamentos.
Lembre-se: feedback real vale mais do que opinião interna.
6. Colete feedback estruturado
Pergunte:
O que mais gostou?
O que menos gostou?
Pagaria por isso? Quanto?
Usaria de novo?
O produto resolve sua dor?
Após os testes, refine seu MVP, corrija rotas e melhore a experiência.
MVP não é produto final, ele está em constante evolução.
Evite: adicionar funções que não servem para validar a hipótese.
Faça: foque no essencial.
Construir com base no que você acha é um erro caro.
Família e amigos não contam, eles não querem te magoar.
MVP exige ciclos, ajustes e persistência.
Sem métricas, você não sabe o que funciona.
Você está pronto para evoluir quando:
Existe demanda real e crescente
Os usuários estão dispostos a pagar
A retenção está aumentando
O core value foi comprovado
O feedback mostra oportunidades claras de expansão
Se esses pontos são verdadeiros, é hora de transformar o MVP em produto, com tecnologia, recursos e funcionalidades robustas.
O MVP não é uma versão “pobre” do produto.
Ele é uma estratégia inteligente, que permite validar, aprender, ajustar e evoluir com menos risco e mais clareza.
Ao adotar essa abordagem, você:
acelera lançamentos
valida ideias com precisão
economiza investimentos altos
aprende diretamente com o usuário
constrói produtos que realmente resolvem problemas
E então: seu projeto está pronto para ser testado no mercado?